terça-feira, 17 de setembro de 2013

Sem Terra iniciam curso de Especialização em Agroecologia no Pará


A brisa quente do verão amazônico, que soprava na manha desta terça (17) na Universidade Federal do Estado do Pará (Unifesp), campus Marabá, deu as boas vindas aos 70 estudantes da segunda turma de Especialização em Educação do Campo, Agroecologia e Questão Agrária na Amazônia.

O evento de lançamento no auditório da universidade marca o inicio da trajetória de dois anos da residência agrária, que ocorre em parceria do MST, Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetrag), Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e Unifesp.
As aulas acontecem no Instituto de Agroecologia Latino Americano Amazônico (IALA), em uma área de 25 hectares doados pelas famílias do Assentamento Palmares II, distante 27 km do município de Parauapebas.

“O IALA Amazônico propõe articular os sujeitos do campo que vivem processos de lutas e resistência na Pan Amazônia; busca articular universidades, pesquisadores, movimentos sociais e camponeses para realizar processos de formação, escolarização e trocas de experiências agrícolas”, define Ayala Lindabeth Ferreira, coordenadora do instituto.

Para Clarice Aparecida dos Santos, representante nacional do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera), a residência agrária quebra a lógica do conhecimento acadêmico convencional, “e forma uma pessoa diretamente inserida nas áreas rurais, nos assentamentos, ou seja, não apenas pesquisando o mundo dos camponeses com um olhar de fora”.

Haroldo Santos, coordenador da área de Educação do Campo da Unifesp, demarcou a importância de abrir a universidade para novos atores sociais, abrangendo temáticas contra-hegemônicas numa região marcada pelo ciclo da atividade de agropecuária e mineração.

“Na nossa compreensão, a Educação no Campo, traz uma demanda de universalização da universidade às diversas pessoas ligadas ao campesinato, sendo uma iniciativa estratégica para debater outros conceitos na região”, aponta.

Os educandos, vindos de regiões amazônicas de diversas partes do Brasil, comemoram a oportunidade: “esse é o papel da universidade pública de ser ocupada por camponeses e trabalhadores e nós queremos estar aqui, num espaço que sempre nos foi negado”, conclui Patrícia Santos.

Por Márcio Zonta                                                                    
Fotos Antônia Borges
Da Página do MST